quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Because the world is round it turns me on

Já devíamos ter nos acostumado com essa coisa de mundos acabando todos os dias.
Só aqui, nessas minhas ideias, se vão uns 12 por semana.
A maioria vai de morte morrida. Os mundos que são tantos e tão altos morrem porque a gente é meio covarde pra coisas assim, que giram a cabeça. Aí a atmosfera deles fica meio podre e eles adoecem e morrem.

Outros mundos acabam por esquecimentos muitos – ou por esquecimentos poucos. Porque pra esquecer é preciso sempre lembrar duas vezes. Aí eles se consomem num loop contínuo de lembrar-esquecer e vão perdendo pedaços e pedaços até sumir.

E tem também aqueles mundos que a gente não quer que acabe de jeito nenhum. E aí a gente cuida. E aí eles ficam grandes. E aí a gente fica giro-orbitando por eles e plantando histórias e arquitetando mapas. Quando a gente vê, já tem até habitante.

Mas acontece que mundos acabam todos dias e ninguém se acostuma com isso nunca.

Só que aí, um tempo depois, passa aquele buraco negro de fim de mundo. E se sente no espirro a poeirinha cósmica juntando-amontoada e se ouve por aí o canto de acasalamento das moléculas, que vão encaixando seus bracinhos atômicos aleatoriamente de novo e de novo.

E embora nenhum mundo nasça de novo – porque aleatoriamente nunca é igual – a gente sorri de certeza.

A de que aquele mundo, tendo existido, foi a coisa mais linda.
De todos os outros mundos.

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