Quando se fala em Led Zeppelin, o que vem a cabeça de muita gente é Starway to Heaven. Música batida, e muito. Mas é inegável de que se trata de uma obra-prima e umas das mais belas canções da música universal. Porém, não irei comentar e muito menos analisá-la. Como toda banda decente deste infinito universo de música boa, eles cresceram. O disco House of the Holy, de 1973, é o amadurecimento da banda. Particularmente é o disco que mais gosto, porque é uma enciclopédia musical dos anos 1970. Não que tenha o melhor da banda neste disco, mas ele não é nem pesado, nem leve, nem agressivo, nem amoroso. É um álbum para ouvir em qualquer situação.

O amadurecimento deles fica muito evidente devida a diversidade de estilos que há no disco. O funk The Crunge é um bom exemplo. E não só pela levada, mas pela harmonia, dinâmica e arranjos. Além de citar, por justa causa, frases de James Brown. E por falar na diversidade, eles provam que boa música pode sim e deve ser simples. Dancing Days é uma gostosa canção. Daquelas que qualquer versão que ouvir vai ficar boa. Como se estivesse no balcão de um bar e um cara com violão começasse a tocá-la. E por falar em viagens entre estilos, nada como citar o único hit deste disco: D’yer Mak’er. Um reggae. E ninguém pode exigir mais do que ela é. Porque é maravilhoso ver uma banda inglesa querendo brincar em um estilo do qual não fazia parte da cultura, até então. E brincaram muito bem. No Quarter mistura progressivo, rock e psicodelismo. Led Zeppelin mostrando que o rock não estava envelhecendo.
O disco fecha com The Ocean. Um ótimo riff de guitarra e melodia bem roqueira, para ser sincera. Ela tem uma atmosfera “ao vivo”. Ou seja, parece ser gravada com todos os instrumentos ao mesmo tempo. Uma bela despedida para uma obra-prima da música. E como despedida, ao final desta canção, entra uma melodia festiva. Lembra muito os melhores momentos dos Beatles. Como se fosse um “boa noite” de um show que valeu a pena ir. De um disco que vale a pena ouvir.
O único fato lamentável desta bela época do rock, é que adolescentes que vivenciaram discos como o House of the Holy não souberam evoluir. E já crescidos, nos anos 1980, tocavam e se vestiam melhor que sua mãe e irmã. Aquela geração que cresceu ouvindo Led Zeppelin e outras influências do Hard Rock, não aprendeu a lição de casa e preferiu brincar de bonecas.
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