terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pessoas-urso.

Nada sei sobre ursos. Ou melhor, sei, sim. Atacam. E não há nenhum deles vivendo em florestas no Brasil. Engraçado, pois sabemos, por meio de filmes (em geral, norte-americanos), que os ursos podem ser animais muito ferozes. Mas a imagem infantil que temos de urso também é a de ursinho de pelúcia, uma coisa fofa e absolutamente acariciável. Parece uma fofura, à primeira vista. Mas em realidade, não é. É da sua natureza ser agressivo.
Conheci uma pessoa-urso. Sim, tive contato com uma. Quando a conheci, parecia doce, amável, perfeita para acariciar os outros. Estava sempre ali, esperando para atacar. E dando-me a impressão de ser perfeita. Mas ninguém é perfeito. Todo mundo sabe, mas eu demorei a aprender isso. A tal pessoa-urso acabou me ensinando, na marra. Pelos piores meios, aprendi que não se deve confiar em ninguém plenamente. Tenha sempre um pé atrás.
O sofrimento, dizem, leva ao engrandecimento. Não creio. Discordo. Sofrer é ruim. Aprendemos com os erros? Detesto essa expressão. Os erros (dos outros) nos ensinam a odiar. E odiar é muito bom, dizem os psicólogos, psiquiatras, pessoas que trabalham com a mente humana. Penso que é bom, também. O ódio é que nos faz fortes. Não as experiências ruins. As experiências ruins devem ser esquecidas. Mas o ódio sempre acaba ficando, de uma maneira ou de outra. E isso é péssimo. Precisamos aprender a conviver com o ódio, não deixando que nos domine.
As pessoas-urso estão por toda a parte. Em realidade, hoje sei que uma boa parte das pessoas são pessoas-urso. O problema é saber identificá-las. Mas hoje estou mais perita no assunto: carinho em excesso não é normal, vindo de alguém estranho. Desconfie de quem bajula muito, de quem beija muito, de quem abraça muito, de quem quer parecer a pessoa mais perfeita do mundo. Não deixe que o urso sufoque-o. Tente sufocá-lo.
Analisem-me, por favor. Não estou nem ligando.

Um comentário:

  1. Ah, já passaram em minha vida diversas pessoas-urso, mas acho que a denominação nem é essa, são pessoas-raposas, sempre esperando um vacilo para nos derrubar!

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