domingo, 12 de setembro de 2010

Olga

Sem mais nem menos, ela começou a torcer meus dedos como se fossem parafusos. Depois, buscou um pedaço de metal quente e introduziu lentamente na carne – já inflamada – do meu dedão. Pressionou até sangrar. Um arrepio de dor parou na minha boca muda. O esforço sobre-humano para não dizer nada, para não chamar a atenção das outras mulheres que aguardavam o momento de terror.
Até que gritei: - Qual é o seu problema?
Ela me encarou e esbravejou: - Manicure almoça cedo, dona. Você me ferrou, vou ficar sem comer de novo.

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